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Ola Pessoal! Depois de ter passado a madrugada estudando a Teoria do Desenvolvimento, vamos falar agora sobre os processos psicológicos. A propósito, curtiram a imagem acima? A imagem foi tirada do game Silent Hill 2! Um game estilo terror psicológico. Se você curte terror, vale a pena ter o jogo Silent Hill em suas coleções. O que a imagem tem a ver com a postagem? Bem… é um terror PSICOLÓGICO né? Sacou? Psicologia… Não? …

Err… As provas estão chegando e eu falando de jogo! Mas, vamos lá! Nesta postagem irei falar sobre os tipos de percepção e os sentidos que fazem parte dela. Irei falar também um pouco mais da aprendizagem, da memória e também o lance do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Ok! Então vamos!

A Percepção é a função cerebral que atribui significado aos estímulos sensoriais. Ela é composta por quatro processos que são: aquisição, interpretação, seleção e organização das informações adquiridas através dos sentidos.

A percepção pode ser sensorial ou visual. A Percepção Sensorial é o processo ativo através do qual, cada objeto percebido é colocado num mundo ordenado de espaço e tempo. É a parte onde a criança começa a discriminar, analisar e abstrair as qualidades dos objetos. Já a Percepção Visual é a interface entre o cérebro e o meio ambiente. A visão é um sistema caracterizado por milhões de células que reagem detalhadamente aos aspectos que estão ao nosso redor. Tais células respondem a cada componente da imagem como a direção, o grau de inclinação, forma, cor, através da ativação de áreas especializadas dentro do córtex visual.

Os sentidos que fazem parte da percepção são: visão, audição, olfato, paladar, tato, tempo e espaço.

  • Na visão tudo trabalha de modo relativo e interdependente. Um fator específico (cor, por exemplo) pode afetar todos os demais;
  • Na audição está a percepção dos timbres, de alturas, de intensidade sonora, rítmica e origem do som;
  • No olfato é onde engloba a discriminação de odores, diferenciação e efeito de sua combinação;
  • No paladar temos a discriminação de sabores;
  • Já o tato é o que sentimos através da nossa pele e que permite reconhecer a presença, a forma, o tamanho e a temperatura de um objeto;
  • O tempo é a percepção que temos com as durações, os ritmos e simultaneidade;
  • E o espaço é o compartilhamento de demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal. Através desta percepção, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou som) está se aproximando ou se afastando…. OLHA O TREM AÍ, CARA!!!;

Agora, vamos analisar as imagens abaixo:

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Na imagem 1, você consegue ver uma senhora ou uma moça de perfil? E na imagem 2? Duas taças ou quatro perfis? E na última imagem (3)? Um pato ou um coelho?

Essa pesquisa foi levantada com o objetivo de avaliar o processamento visual de figuras ambíguas em indivíduos disléxicos e compará-los a um grupo de leitores normais. É o conhecido método Survey utilizado por um grupo de pesquisadores – Alonso, Lamas, Sampaio e Rehder – que selecionaram 39 estudantes da primeira a quarta série do ensino fundamental. E, deste total, 26 não apresentaram dificuldade de leitura ou mau rendimento escolar e constituíram o grupo controle. As outras 13 crianças (grupo de estudo) eram portadoras de Dislexia do desenvolvimento. Os resultados mostram que as crianças com Dislexia perceberam um número menor de figuras em relação às do grupo de controle.

Baseado nessas pesquisas, podemos ver que a aprendizagem envolve a aquisição de novos significados – a chamada aprendizagem significativa. E são necessárias três condições:

  1. O material institucional com conteúdo estruturado de maneira lógica;
  2. A existência na estrutura cognitiva do aprendiz de conhecimento organizado e relacionável com o novo conteúdo;
  3. A vontade e a disposição do aprendiz de relacionar o novo conhecimento com aquele já existente;

Esses conceitos são chamados de subsunçores, ou conceitos âncora ou de esteio. Costuma-se dizer que a aprendizagem significativa transforma o significado lógico de determinado material em significado psicológico, na medida em que o aprendiz internaliza o saber de modo peculiar, transformando-o em um conteúdo idiossincrático. O conhecimento anterior do aprendiz será alterado com essa incorporação, tornando-se mais inclusivo, e o novo conhecimento se modificará pela maneira específica como se dará a absorção do aprendiz. No entanto, quando o aprendiz obtém novas informações e consegue fazer conexões entre o material apresentado e o seu conhecimento, ele estará construindo significados pessoais para essa informação.

processos_psicologicos3Como estamos vivendo em uma era computacional, foi levantado uma certa analogia entre o conceito que o computador carrega e os tipos de memória da aprendizagem. O sistema computacional apresenta a memória como um sistema de arquivamento em três etapas:

  1. Codificação – É o processo de colocação das informações em pastas a serem arquivadas na memória. Um código ou um rótulo é anexado à informação para prepará-la para o armazenamento, para que seja mais fácil encontrá-la quando necessário;
  2. Armazenamento – Consiste em guardar a pasta no armário de arquivos;
  3. Recuperação – Ocorre quando a informação é necessária. É o lance do reconhecimento ou recordação;

Portanto, baseado nesses conceitos, podemos levantar três tipos de modelo de memória da aprendizagem:

  1. Memória Sensorial – É o ponto de entrada das informações sensoriais. Mas, sem processamento, as informações desaparecem rapidamente;
  2. Memória de Trabalho – É um depósito de curto prazo para as informações sobre as quais o sujeito está ativamente trabalhando. É nesta memória onde as informações que são codificadas e recuperadas são mantidas. Por exemplo, a criança com cinco ou seis anos costumam lembrar de dois dígitos, já um adolescente pode lembrar de seis dígitos;
  3. Memória de Longo Prazo – É a capacidade ilimitada de informações. Um executivo central controla o processamento, ordena as codificações e faz a transferência das informações para a memória de longo prazo. Esse amadurecimento ocorre entre os oito e os dez anos de idade;

Temos também o lance da metamemória que é o conhecimento que se aperfeiçoa com a idade. Entre os cinco e os sete anos, os lobos frontais do cérebro podem sofrer significativo desenvolvimento e reorganização, tornando a metamemória possível. Na 1ª série, a criança sabe que precisa estudar mais para lembrar melhor do conteúdo. E também sabe que a pessoa pode esquecer uma informação com o tempo e reaprendê-la de uma maneira mais fácil do que aprender pela primeira vez. Já na 3ª série, a criança já sabe que uma pessoa pode ter mais memória que a outra. E, somente nas séries seguintes, onde a criança tem o conhecimento de que a memória pode ser distorcida por informações de terceiros.

A partir deste ponto, vamos falar de Pensamento e Linguagem. Noam Chomsky é um filósofo norte-americano que nos mostra ser a linguagem uma propriedade da espécie humana que não apresenta nenhuma analogia com o restante do reino animal. Apenas o homem possui a capacidade de expressar através do uso de signos linguísticos e do pensamento. É o sistema responsável pela formação da história, da cultura e da diversidade.

A linguagem é um “órgão da mente” assim como o sistema visual, o aparelho digestivo, o sistema imunológico ou qualquer outro órgão de uma dotação genética específica e exclusiva da espécie humana. O LAD (Language Acquisition Device) é o estado inicial da faculdade de linguagem que é compartilhado por todos os humanos. A criança, de uma maneira inata, utiliza o LAD para interpretar os dados linguísticos aos quais é exposta (a língua que é falada ao seu redor). Cada expressão gerada pela gramática tem som e significado facilitando instruções sobre como efetuar tal pronúncia e a sua interpretação conceitual. Se chama sistemas de desempenho (performance) o conjunto de subsistemas que servem para saber como pronunciar e como compreender cada expressão gramatical.

Nos estudos da linguagem, o tio Chomsky mudou a visão de língua de “objeto externo à mente” (comportamento e seus produtos, falas, textos) para “objeto interno à mente” (mecanismos mentais envolvidos nos atos da linguagem), uma abordagem mentalista que se propõe a estudar um objeto real no mundo, o cérebro, em seus estados e funções.

A partir dessas teorias, entramos no assunto do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Esse tipo de transtorno repercute na vida da criança e do adolescente levando a prejuízos em muitas áreas, principalmente em meios acadêmicos e relações interpessoais. Embora não seja imprescindível para o diagnóstico, a pessoa portadora frequentemente apresenta suas queixas. As repercussões do mau desempenho escolar na vida do aluno com TDAH, como necessidade de turmas especiais, sofrimento pessoal e familiar, além da influência da vida adulta, justificam o investimento no diagnóstico e manejo precoce do problema.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado as vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). – ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção)

Alguns pesquisadores levantam dados da literatura para revisar a respeito da relação entre desempenho escolar e o TDAH com o objetivo de fornecer informações aos profissionais da área de saúde. Outros pesquisadores analisam a relação da cognição com a música, objetivando lançar novas perspectivas para uma ideia a muito tempo presente na Psicologia, de que a atividade musical pode apresentar melhorias para o desenvolvimento emocional e cognitivo da pessoa. Infelizmente, algumas dessas ideias tem lá suas desvantagens, pois a música também pode levar à frustração e ao adoecimento tanto físico como psíquico.

Realmente, tais pesquisadores que exploram a música, aplicam diferentes estratégias com intensos estudos para resolverem determinados problemas. No estudo de um determinado instrumento musical, por exemplo, há a preocupação com a criação de uma regra capaz de permitir a execução de uma passagem do começo ao fim como uma unidade. O conhecimento torna-se procedimental e envolve uma redução de verbalização na medida em que a automatização aumenta. Já a memória procedimental acaba que codificando planos de ação. Assim, o objetivo de tocar uma sequencia musical torna-se uma fonte de ativação, que vai de encontro às regras de produção orientando a ação como um todo, prescindindo da ação dirigida. Na música, os problemas são caracterizados como mal definidos, permitindo que muitas respostas possam ser consideradas corretas, dependendo de perspectivas específicas.

A escolha estratégica de estudos parece ser por meios de peças particulares para os músicos. Estes são até um certo ponto cognitivos, mas parecem interagir com respostas intuitivas sobre o que sabemos muito pouco. Isto nos leva a investigar o conhecimento em um outro nível cuja natureza pode ser mais afetiva do que cognitiva. Devido as suas demandas físicas, afetivas e cognitivas, a aprendizagem da música instrumental talvez seja uma das mais complexas aventuras humanas, o que certamente tem implicações para o desenvolvimento cognitivo, cujos limites ainda não somos capazes de apontar.

 

Mais uma vez obrigado pela atenção, pessoal. Para a montagem desta postagem, utilizei como base o capítulo 3 e o capítulo 4 da disciplina Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, do curso Licenciatura em História. Faculdade Estácio de Sá.

Valeu!

Marcell