Posts com Tag ‘Itália’

romanos

 

Ola pessoal!

Levanto este post para falar sobre um povo que marcou profundamente a história mundial, cujas marcas se encontram até hoje em nosso meio ocidental. Enquanto os historiadores nos mostram que o Império Romano acabou, no meu ponto de vista, penso o contrário. Claro que não existe mais o Império Romano nos dias de hoje, mas vejo que esse grandioso Império ainda respira através da religião. Falaremos sobre isso em um outro post, não agora.

Como este é o primeiro post sobre Roma, vamos falar da sua origem até a República.

Geograficamente falando, a Itália é muito bem privilegiada por se situar em uma península, cujo litoral é banhado pelos mares Mediterrâneo, Tirreneo e o Adriático. E, no princípio, Roma nada mais era que uma vila largada e não muito conhecida no meio dessa península. Mas a sua região era beneficiada pelos rios Tibre e Pó que forneciam recursos e suprimentos em todas as estações. Ainda no século XVI a.C, os romanos dominavam a metalurgia com o bronze e realizavam decorações fantásticas em suas cerâmicas.

Não se sabe ao certo o tempo em que Roma surgiu, mas segundo registros deixados por um poeta romano chamado Virgílio e por um historiador que também é romano, chamado Tito Lívio, Roma foi fundada em 753 a.C. Porém, é uma data que os arqueólogos desconfiam muito… mas, vamos prosseguir!

De acordo com a tradição, um príncipe troiano chamado Enéas, filho do rei de Tróia (um mortal) e da deusa Vênus, fugiu de sua cidade devido a Guerra de Tróia. – Pesquisadores acreditam que os romanos utilizavam como personagens, os deuses e os nobres, para exaltar a origem de sua civilização. – Durante a sua fuga, Enéas seguiu para a península Itálica, onde seu filho Ascânio fundou uma cidade chamada Alba Longa. E é a partir daí que entramos na famosa história do Rômulo e Remo.

Rômulo e Remo sendo amamentos por uma loba

Rômulo e Remo sendo amamentos por uma loba

Rômulo e Remo eram irmãos gêmeos, filhos do deus grego Ares e da mortal Réia Silvia, filha de Numitor que é rei da Alba Longa – Numitor era descendente de Enéas. O irmão do rei Numitor, Amúlio – também descendente de Enéas -, roubou a coroa de seu irmão e fez dele um prisioneiro. Devido a esse golpe, a filha de Numitor, Réia Silvia, foi obrigada à castidade para que seu pai, sendo já um prisioneiro, não possua mais descendência. Mesmo assim, o deus Ares se casou com Réia e os gêmeos Rômulo e Remo nasceram.

Ao saber da existência dessas crianças, o malvado Amúlio que tomou a coroa de seu irmão Numitor, lançou-as no rio Tibre. As crianças foram levadas pelas correntezas do rio até serem encontradas por uma loba chamada Capitolina. A bondosa loba cuidou das crianças e amamentou-as. Por fim, os gêmeos foram encontrados por um pastor chamado Fáustulo que adotou-os, junto com a sua esposa, como filhos.

Quando Rômulo e Remo eram adultos, Remo causou algumas intrigas com os pastores vizinhos. Por causa de tais injúrias, os pastores levaram Remo até o rei Amúlio que o encarcerou. Quando ficou sabendo do ocorrido, Fáustulo decidiu revelar tudo para Rômulo sobre o seu nascimento. Desde então, Rômulo tomou coragem de ir até o palácio e libertar o seu irmão. Além de libertar seu irmão, Rômulo aproveitou para matar o rei Amúlio e libertar seu avô Numitor.

Com o assassinato do rei Amúlio, Numitor retoma a sua coroa e recompensa seus netos dando-lhes o direito de fundar uma cidade perto do rio Tibre. Com a recompensa recebida, Remo seguiu até o monte Aventino e Rômulo chegou ao monte Palatino. No entanto, Remo avistou seis abutres sobrevoando o monte e Rômulo, já no monte Palatino, avistou doze aves e construiu um sulco em volta da colina, e demarcou o Pomerium – recinto sagrado da nova cidade. Sentindo ciúmes, Remo zombou do Rômulo e isso fez com que Rômulo assassinasse seu irmão Remo. Rômulo então decidiu enterrar seu irmão no Aventino e deu nome à sua cidade – ROMA – em homenagem ao irmão.

Agora vamos deixar a lenda romana de lado e vamos partir para a sociedade em si.

Na região norte, havia um grupo de cidades-estados chamados etruscos. Pouco se sabe sobre suas histórias, mas pesquisadores acreditam que tais cidades-estados evoluíram nos séculos VII e VIII a.C. Já a região sul da península Itálica, era colonizado pelos gregos. Os gregos precisavam de cobre e ferro dos etruscos, e davam em troca seus vasos pintados cheios de âmbar, estanho e chumbo.

Quando os etruscos viajavam para o sul para negociar com os gregos, no caminho davam de cara com Roma. Ao ver as planícies férteis de Roma, os olhos dos etruscos engordaram. E não tardou para o domínio se concretizar e estabelecer ali, uma monarquia etrusca. Coitada de Roma que teve que lidar com Tarquínia, Ceveteri, Veios, entre outas cidades-estados etruscas.

Com o domínio dos etruscos, partimos então para a primeira fase da história romana: a Monarquia Etrusca (VIII a.C – VI a.C).

Na monarquia etrusca, a organização era feita em 3 Tribos (TRIBUS), e cada Tribo era composta por 10 Cúrias (CURIAE). Através dessa organização, nasceu o Senado. Os senadores eram escolhidos pelo rei entre os pater familiae. As cúrias se reuniam e formavam a Comitia Curiata que analisavam, com o apoio do senado, as decisões do monarca. Pesquisadores acreditam que através desse sistema, surgiu a organização militar romana. A partir de então, Roma cresceu e a monarquia etrusca foi derrubada. Mesmo assim, os romanos continuaram desconfiados temendo novas invasões de seus vizinhos.

Com o passar dos séculos, os romanos testemunharam muitas batalhas que decidiram partir para defensiva, protegendo suas fronteiras. Ao adotar essa política, os latinos, os équios, os volscos, os sabinos e os etruscos foram dominados por Roma. Com o poder nas mãos, os romanos reestruturaram sua política criando os CÔNSULES, o SENADO, a COMITIA CENTURIATA, os CENSORES, os PRETORES, os EDIS e os QUESTORES.

  • Cônsules: Administração, comando do exército, interpretar e executar leis;
  • Senado: Não executivo; Magistrados eleitos para resolver questões de política externa e interna, finanças e religião;
  • Comitia Centuriata: Cidadãos romanos; Escolhiam os senadores;
  • Censores: Ex-cônsules; Orientar construções públicas; Fiscalizar conduta moral dos cidadãos;
  • Pretores: Justiça;
  • Edis: Preservar a cidade, abastecer a polícia e o mercado;
  • Questores: Cobrança de impostos;

Se analisássemos mais ainda a Roma Antiga, podemos ver que a desigualdade social não é algo recente. Nessa mesma época, Roma carregava duas camadas de classes: Patrícios e Plebeus. Os patrícios eram a elite e se declaravam herdeiros de Rômulo e Remo – fundadores de Roma. Eles tinham o domínio dos cultos em consultar os deuses e o controle da política. Já os plebeus eram aqueles que não tinham onde cair morto. Eles não tinham nada além do seus próprios corpos e as roupas que vestiam. E, pra piorar, os plebeus eram a grande maioria da população romana. E, pra esquentar mais ainda a chapa, haviam plebeus prósperos e que não dependiam dos patrícios para sobreviverem. Esses plebeus mais prósperos aumentavam em número devido as conquistas romanas nas batalhas.

Os patrícios estabeleceram a relação de patronagem, ou seja, a relação entre o patrício e o cliente. O cliente era um cara livre que se dedicou a ajudar nos interesses do patrício em troca de proteção financeiro e jurídico. Até que esse lance acarretou uma certa estabilidade social. Mesmo assim, muitos plebeus protestavam pela falta de acesso à magistraturas. E os de menores posses protestavam por melhores condições de vida.

Os conflitos externos e internos eram tantos que um grande número de plebeus, ao ver suas terras arruinadas pelas batalhas se endividaram. E não tendo condições pra pagar tais dívidas se rebaixavam à servidão de acordo com as leis romanas. Portanto, ao saberem de sua tamanha importância para os patrícios, os plebeus ameaçaram fundar uma nova comunidade no monte Aventino. Tal ameaça surgiu efeito. O cargo de tribuno da plebe foi criado com o objetivo de interceder contra os atos da elite e proteger os plebeus de perseguições. Mas, mesmo assim, a situação dos plebeus não mudou. A fome, a peste e as guerras ainda feriam a sociedade. E, pra piorar, os plebeus não tinham conhecimento de seus direitos, pois as leis não eram escritas, mas interpretadas por colégios sacerdotais no domínio dos patrícios. Portanto, para evitar novos conflitos, em 451 a.C foi escrito a Lei das XII Tábuas que tratava dos direitos dos cidadãos romanos. Entretanto, tal lei não atendeu as necessidades dos plebeus. Então, no ano de 376 a.C foi escrita a Lei Licínia Sextia obrigando que um dos cônsules fosse plebeu. Anos mais tarde, os plebeus tiveram o direito ao cargo de censor.

Diante de toda essa disputa por direitos e por conquistas de espaço interno na sociedade romana, surgiu uma nova elite com os plebeus mais ricos. Os plebeus mais pobres receberam auxílio pela criação de um cargo exclusivamente deles – o pretor. Tais decisões ainda não trouxeram acordos definitivos, mas surgiram tempos de paz. E essa paz fez com que Roma expandisse para além das fronteiras da península Itálica.

 

Que texto! E vai ter mais por aí.

Agradeço pela paciência!

Deus os abençoe.